Entre julho de 2004 e fevereiro de 2006, escrevi alguns posts sobre um rapaz que era a minha paixonite distante. Este é o post em que conto o final da historia, que aconteceu em janeiro de 2006.
Ano passado, depois de anos de silêncio, o moço resolve fazer contatinho no Facebook, sendo solenemente ignorado por mim.
Mas o mundo gira e a Lusitana roda. No dia em que completei dois anos de namoro (este é o post em conto o começo da historia) aconteceu o seguinte:
Eu nunca mais tinha visto a criatura - ele mora em outro país - e nunca mais tinha falado com ele. Pois quando pela primeira vez na vida comemorei dois anos de namoro com alguém, nos encontramos. Por acaso?
Quando o vi, pensei "nossa, é ele!" mas não me surpreendi tanto assim. Parecia que estava vendo alguém com quem eu tinha combinado de me encontrar, tipo "olha, a gente se vê 8h15 lá". Foi estranho.
O tanto que eu pensei nesse reencontro. Primeiro eu sonhei, sonhava quando ainda doía e eu ainda queria ele na minha vida. Depois que ele foi pra gaveta de recordações, o tanto que eu imaginei este reencontro, por mera curiosidade. Como seria? O que eu diria? O que ele diria?
E aconteceu. Dia 24 de janeiro, quando eu estava comemorando dois anos de um amor lindinho e feliz com outra pessoa.
Então estávamos lá, frente a frente. Depois de cinco anos. Nos cumprimentamos, ele talvez mais surpreso que eu.
Eu disse "nossa, você está aqui?" Uma pergunta bastante idiota, venhamos e convenhamos, já que ele estava ali parado na minha frente. Mas acho que foi como quando eu fui no Cirque du Soleil, eu não podia acreditar no que os meus verdes olhos estavam vendo. Uma das primeiras coisas que eu disse foi que eu estava indo embora, o que era verdade. "Do país??" Não, do shopping, do país tô só pensando. "Por quê?" Porque já deu, né? Muito tempo já. E ele disse que vai morar em outro país agora. E eu querendo ir embora, e ele querendo falar. Cinco anos depois.
"Eu te mandei um e-mail há algum tempo". Era a mensagem do Facebook. Eu disse que tinha visto mas achei melhor não responder. "Pra quê, né?", eu disse, sorrindo sinceramente. "É, eu me toquei, por isso nem insisti".
E ele começou a querer discutir a relação. Meu Deus!!! Eu tenho que ir embora, meu namorado tá me esperando, e ainda por cima depois de cinco anos de silêncio neguinho quer se explicar?? Quando começou o blá blá blá eu dei minha brevíssima versão dos fatos, sempre sorridente, e finalizei: "mas já foi, já faz tanto tempo... quanto tempo faz? Uns cinco, seis anos?" Cinco anos e 18 dias desde a última vez que a gente tinha se visto, mas né? Faz de conta que nem sei direito, afinal já faz tanto tempo e nem foi nada demais.
Perguntei em que cidade ele ia morar, disse que a conhecia e que é maravilhosa. Olhei o relógio, disse "realmente tenho que ir embora, tenho que encontrar meu namorado daqui a pouquinho". Fui dar um beijinho de tchau nele, e ele meio que não correspondeu o beijo, ficou meio com cara de bobo. Acho que queria falar mais comigo. Desejei boa sorte e - por reflexo, por costume, sei lá - disse "a gente se vê". Me afastei, ri e disse "ou melhor, a gente não se vê", mas acho que ele não chegou a ouvir.
Minha gente... que coisa, né? Incrível como, pelo menos na minha vida, eles sempre voltam de algum jeito. Não sei se acontece com todo mundo, não sei se na minha acontece mais que na média, mas acho no mínimo curioso. E essa última então, justo ele, justo aquele dia... loucura.
Este mundo dá voltas, é bizarro, é pequeno...